31 de jul. de 2013

Apocalipse Zumbi - Alexandre Callari

Editora: Generale
Páginas: 336
Resenhado por: Ana Paula da Cruz

O caos reina no mundo. A civilização entrou em colapso. As comunicações, a energia elétrica e a vida em sociedade, como a conhecemos, praticamente se extinguiram. Nem toda nossa tecnologia foi capaz de nos proteger e evitar que dois terços da humanidade morressem. Os poucos que sobreviveram estão exaustos e tentam reunir o que ainda resta das suas forças e recursos para se manterem vivos. E, para piorar, eles não estão a sós. Dia e noite, são perseguidos pelos contaminados - sempre à espreita com seus olhos vermelhos, pele pálida, dentes podres e uma terrível sede de sangue e de carne humana. Nesse cenário de terror e desesperança, Manes luta desesperadamente para manter sua comunidade unida. Ela subsiste em uma construção cercada por paredes de concreto chamada Quartel. Porém, quando alguns de seus membros estão em apuros do lado de fora, sendo cruelmente caçados pelos contaminados, Manes parte para resgatá-los. A sua ausência e a chegada do enigmático Dujas abalam severamente o tênue equilíbrio interno do Quartel, colocando em risco a vida de todos. O perigo e o medo tomarão conta deste, que é um dos poucos redutos em que homens e mulheres vivem em "segurança". 


Apocalipse Zumbi me surpreendeu. Estava com um pouco de receio em ler, por conta de algumas resenhas negativas que me deparei, mas como nunca tinha dado espaço aos livros com essa premissa de zumbi e fim da humanidade eu resolvi me aventurar, e o que encontrei foi uma história bem envolvente e que, repito, me surpreendeu de forma positiva. 

A escrita "pecou" algumas vezes... é um pouco sem coerência, alterna entre palavras rebuscadas até palavrões, admito não ser este o ponto forte do livro. Mas o que me chamou a atenção foi a estrutura da história. A maneira com que as coisas foram ocorrendo em menos de 24 horas. Pois, apesar de ser divido entre passado e presente, a parte que trata do presente do livro se passa em pouco mais de 24 horas e não ficou nada corrido, cada ação em seu lugar e a seu tempo.

Estamos no ano Quatro depois do dia Z, dia em que, inexplicavelmente, os humanos que não morreram de súbito, começaram a se tornar criaturas com olhos vermelhos, pele cinza e em decomposição, sem dor nem consciência e que se alimentam de carne. Porém alguns conseguiram se salvar, e uma parte dos sobreviventes se encontra no Quartel Ctesifonte criado pelo pai do atual Líder, Manes.

Com o passar do tempo e muita disciplina, Manes conseguiu construir uma nova vida para os refugiados do quartel, evitando ao máximo que seus protegidos sejam afetados pelo externo, e com pulso firme e regras bem obedecidas o líder conseguiu criar uma sociedade bem estruturada, onde cada um tem seu espaço, cada um sua tarefa, porém todos seguem suas regras.

É assim que conhecemos os outros personagens, que não cometeria o pecado de chamá-los de secundários ou coadjuvantes, pois cada um deles tem um grande espaço no desenrolar da historia, e os principais são chamados Batedores. Os Batedores tem a função de buscar mantimentos e manter o quartel em proteção, mas um descuido deste grupo e uma decisão errada que o líder tomou, botam tudo a perder e a vida no quartel pode não estar mais tão segura quanto imaginam. E sem contar o problema que em espaços muito pequenos a pressão, quando explode, tende a ser muito maior.

Em relação à história, percebi que os Zumbis ficaram um pouco em segundo plano. As provações pelas quais os batedores passavam claro, sempre estavam ligadas a lutas ferrenhas com os zumbis, porém o que eu mais percebi foi que o autor critica fortemente a sociedade atual, falso moralismo existente em uma sociedade e o fato de, mesmo em um mundo pós-apocalipse, a vontade de um homem prevalecer, mesmo que a sociedade a qual ele governa, seja ela um país ou um quartel com algumas pessoas, não esteja satisfeita, e quão ruim isso pode vir a se tornar, gerando assim qualquer motivo para ser o estopim de uma grande revolução.

É um livro que fala sim sobre Zumbis e que tem personagens bem clichês, um líder durão e que não tem medo de nada, um samurai chamado Kogiro e assim por diante. Porém o livro passou uma reflexão bem mais profunda em relação a sociedade atual e ao sistema. Foi um livro “okay” apesar da surpresa, mas imagino que se minhas expectativas estivessem elevadas ou se eu quisesse saber sobre zumbis, seria uma pequena frustração. 

“A raça humana nunca conseguiu funcionar como se fosse um organismo único, com o cooperativismo e o senso coletivo de sei lá, de um formigueiro por exemplo. Nunca! Irmandade e fraternidade não passam de sonhos românticos e distantes de poetas que há muito foram.” Pág. 155

2 comentários:

  1. Amo coisas relacionadas a zumbis! Adorei a resenha! ♥

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  2. Adooooro coisas sobre zumbis *_* , apesar dessa história de "apocalipse zumbi" ter ficado um pouco modinha demais, eu sempre me interessei. (Por Resident Evil, principalmente, desde pequena) *_* Mas não achei esse livro tuuuuuuuuuuudo isso, não me chamou muito a atenção, mas me pareceu legal sim, leria sem problemas!!!

    ótima resenha, beijos

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