3 de out. de 2013

Refém da Obsessão - Alma Katsu

Editora: Novo Conceito
Páginas: 352
Resenhado por: Ana Paula da Cruz

Havia uma parte em Lanny que queria ser punida. Um pedaço de seu coração que acreditava que ela merecia o horror de ser imortal, a tristeza de ver todos aqueles que amara partirem, enquanto ela só podia conviver com as perdas e as lembranças. Terríveis e solitárias lembranças. Este “dom”, oferecido pelo mais malvado dos homens, Adair, era, para ela, a resposta a uma pena que ela deveria cumprir. Mas, apesar das culpas e do castigo que pensava merecer, ela ainda sonhava. E esperava ser redimida por ter dado a Jonathan — seu grande amor — o esquecimento que purifica todo ser de sua dor: a morte. No entanto, bem no fundo de sua alma, ela suspeitava que, fosse o que fosse que a atraísse para Adair (e para sua maldade), fosse qual fosse o infeliz sentimento que os aproximara, este sentimento não fora totalmente exorcizado. Não importava que ela tivesse chegado ao cúmulo de emparedar aquele homem mau e deixá-lo para apodrecer, não importava que o tempo tivesse passado, nem que, hoje, ela pudesse contar com o apoio e os braços fortes e acolhedores de Luke... Adair estava por perto, ela podia senti-lo, e seu poder era inexorável.

Enquanto no primeiro livro da série, Ladrão de Almas, conhecemos Lanore e seu passado, no segundo volume, Refém da Obsessão, quase não lemos sobre ela. Claro, sabemos como ela está e onde, mas a estrela da narrativa desde os primeiros capítulos é o Adair.

Neste livro conhecemos um pouco mais sobre Adair, sua vida antiga e por tudo o que ele passou para vir a tornar-se o terror que conhecemos, e quais os motivos que o fazem ser dominador e cruel. Conhecemos sua origem, os problemas que enfrentou e, como não podia ser diferente, o porquê de sua “obsessão” pela Lanore.

Confesso que toda a magia, a alquimia e, ainda bem, o sexo louco que aparecia no outro livro, não aparecem tão fortemente neste volume da série. Trata muito mais da descrição do passado de Adair e de como ele está se virando com toda a tecnologia que apareceu no mundo depois de ter ficado 200 anos preso.

Em relação à escrita, a autora ainda consegue nos prender com acontecimentos inimagináveis, como brincar com a morte, e envolver alguns segredinhos ocultos que são pouco a pouco revelados.

Achei um ponto super positivo o fato de a autora conseguir mostrar vários acontecimentos do livro anterior pela visão do novo protagonista sem sair do enredo atual, fazendo com que tenhamos uma nova visão dos acontecimentos, tanto do livro anterior quanto dos motivos que movem nosso protagonista/antagonista. Personagens novos não aparecem, tudo ainda gira em torno dos súditos, aos quais Adair chama família, e sua devoção/ódio/amor pelo mestre. Porém, um ponto negativo foi que ficou nítido que Adair perdeu um pouco de sua identidade. Mas enfim, deve ter alguma explicação para tal.

Pelo final, não me surpreende que algo de que eu suspeito irá se desenrolar na continuação da série, e confesso que me decepcionei um pouquinho. Foi um livro bom de ler, porém com um enredo mediano que não fugiu da famosa "maldição do segundo livro". Senti como se fosse uma pequena enrolação entre o início e desfecho de série, sem nada a agregar...

“Amor, ele tinha corrompido Adair.” Pág. 241

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